A partida de um fronteiro
É triste ser só
Contudo, o que seria de uma garganta sem nó
Uma força sem dó
Um cais sem barco
Flexa sem arco
Mangue sem encharco
O que seria
Da borboleta sem sua crisálida
Em meio a seus algozes
A hiena ri, pálida
Não há promessas
Nem vida
Sequer uma canção
Milhares de versos
Sem eira
À beira, jaz
Sem voz
O silêncio vespertino
Da dúvida
Da falta de alento
Do abraço que não chega
A lágrima que fertiliza
Secou
Como a prosa que não ecoou
Vindouros lúgubres
Insalubres ditames
Que titubeiam tristes
Trastes
Trevosos
Travessos
Profanos trocadilhos
Sãos como andarilhos
Permeiam vielas
Quimeras
Quem sabe, belas
Irriquetas
Como se fossem vis
Alhures veredas
Sinceras meríades
Outrora sãs
Zombeteiam vãs
Lacunas estreitas
Relincham perfeitas
Tal qual o pão
Lá se vão
Sovados
@s trabalha-dores amad@s
Jovens mártires
De amores cárceres
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